Você sabia que a falta da inspeção de qualidade realizada na indústria têxtil desde as primeiras etapas dos processos pode acarretar diversos problemas e prejuízos?
Neste artigo falaremos sobre as consequências de uma inspeção deficiente e também daremos dicas para evitar que elas ocorram na sua empresa. Confira!
A importância da normalização na indústria têxtil
Para uma organização tornar-se competitiva no mercado, ela precisa estar apoiada na produtividade e na qualidade dos produtos disponibilizados.
Os clientes exigem adquirir peças com uma boa durabilidade, design e a preços acessíveis.
Engana-se quem pensa que a qualidade é um aspecto limitado ao resultado final.
Ela deve ser encarada como uma filosofia geral dentro da empresa, de modo que a preocupação venha desde a diretoria, passando pela escolha do fornecedor e a verificação já no recebimento do material.
Embora a qualidade no passado fosse corretiva — realizada apenas quando o produto estava na expedição — agora ela é feita já na primeira etapa, quando os produtos chegam.
Isso porque, ao notar que o produto final não estava de acordo, muitas vezes era impossível corrigir o defeito identificado e o produto, logo o tempo de sua produção era perdido.
Com a modernização do processo, isso não acontece mais. Evitando desperdício de malhas e prejuízos.
+Saiba mais: Por que a padronização na produção têxtil é importante?
Características que devem ser observadas para a inspeção de qualidade
Assim que o rolo de malha chega na indústria, é preciso verificar eventuais defeitos de fabricação.
As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) auxiliam a identificar alguns problemas de acordo com o tipo de malha.
Assim é possível realizar uma comparação entre a ficha técnica e a matéria-prima recebida.
+Saiba mais: Controle de qualidade têxtil e a preparação de malha
+Saiba mais: O que é controle de qualidade? Como funciona na indústria têxtil?
Veja algumas das características e propriedades que precisam ser verificadas:
Gramatura
A gramatura é a relação da massa por unidade da área. Ela é expressa em gramas por metro quadrado (conforme ABNT NBR 10591) e ajuda a determinar se o tecido é leve, médio ou pesado.
Além de facilitar a conferência da metragem em balanços de estoque e permitir o cálculo do rendimento do tecido. A tolerância, de acordo com a norma NBR 13586, é de ±5%.
Largura
A largura é uma característica muito importante para a definição do encaixe de moldes e é determinada após o relaxamento dos tecidos. De acordo com a Portaria CONMETRO nº 1 de 1998, a tolerância é de 2% (ABNT NBR 10589).
Peso Linear
Medida utilizada para calcular o comprimento de um tecido em um rolo, sem que seja necessário desenrolar o material (ABNT NBR 10591).
Para medir o peso linear é preciso realizar o cálculo:
g/m² x largura do tecido = peso linear
Encolhimento
O encolhimento é analisado após a lavagem e a secagem para conferir se houve aumento ou encolhimento das medidas.
Através de convenção, recomenda-se a tolerância de 2% para mais ou para menos, ou seja, em uma especificação de encolhimento de 5%, podem-se ter os resultados entre 3% até 7%.
Tonalidade
A solidez da tonalidade se refere a alteração da cor da amostra ou da capacidade de transferir a cor para outro tecido que não possui corante.
A avaliação realizada também verifica se ocorrerá desbotamento, manchas e outros problemas.
Ela também pode ser testada para verificar a solidez ao atrito e podem ser feitos testes a seco e a úmido.
A norma brasileira NBR 10187, define solidez de cor como:
“a resistência da cor dos materiais têxteis aos diferentes agentes, aos quais possam ser expostos durante sua fabricação e uso subsequente”.
A cor depende muito das quantidades de corantes que irão compor a cor final do tecido.
Além disso, existem diversas variáveis que afetam a tonalidade, incluindo o corante utilizado, a procedência da fibra, a variação de torção dos fios, a umidade durante a secagem do tecido, entre outros.
Por este motivo, no momento de verificar as tolerâncias das diferenças das cores, não se pode misturar o enfesto ou os lotes.
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Como a modernização dos processos evita a inspeção de qualidade deficiente
Com maquinários modernos é possível realizar a inspeção de qualidade em todas as etapas do processo, evitando todos os problemas que poderiam ocorrer e avaliando a qualidade das malhas logo no recebimento.
Ao receber a mercadoria, é possível utilizar uma Lavadora de Amostras para realizar o teste de encolhimento e verificar a qualificação conforme as especificações técnicas, incluindo gramatura, tonalidade, peso, entre outras características.
Quando o tecido é aprovado, ele pode passar pela Revisadeira, que gera um mapa de defeitos, além de analisar o comprometimento da área útil e fazer análises físicas dos padrões de qualidade por rolo.
O relaxamento pode ser feito por meio da Relaxadeira, que demora menos de uma hora para realizar o procedimento (o tradicional demora cerca de 24 a 48 horas). Ele também gera dados de comprimento, largura e área de corte lateral.
Por fim, as malhas podem ser embaladas em uma Embaladeira Automática de Rolos, que reduz o consumo de plástico e torna o processo bem mais rápido e eficiente.
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Com todas as funções das soluções citadas, a produtividade aumenta muito, ao passo que o desperdício e as falhas reduzem, bem como os prejuízos. Por isso, indústrias que desejam evitar os problemas causados pela inspeção de qualidade deficiente devem investir o quanto antes na modernização do processo de confecção.
Se você se interessou pelo assunto, confira agora o que você deve considerar ao escolher novo maquinário para indústria!