A pandemia do coronavírus afetou muito o setor varejista e, consequentemente, a indústria têxtil, as confecções, as tecelagens, entre outras. Em junho de 2020 a ABIT (Associação Brasileira de Indústria Têxtil) divulgou dados que revelavam que 96% das indústrias têxteis tiveram queda nos pedidos, sendo que mais da metade delas chegou a uma redução de 50%.
Com isso, há uma preocupação geral sobre o futuro da indústria e as melhores ações para passar por este período com o menor impacto possível e se preparar para as mudanças das tendências pós-pandemia. Se este é o seu caso, continue a leitura e veja as apostas e primeiras movimentações do futuro da indústria têxtil depois da pandemia!
Valorização dos produtos nacionais e mercados locais
O tradicional modelo de cadeias globais de produção é um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Já faz tempo que o mundo da moda utiliza da China como principal fonte de fabricação, por conta dos valores mais baixos, mas isso se mostrou um erro.
Agora as indústrias estão procurando por produções em regiões mais próximas, além de diversificar o local de produção. O Instituto Senai de Inovação e tecnologia fez uma pesquisa que mostrou que 20% das empresas ainda estão analisando que rumo tomar, mas a maioria já acredita que os produtos nacionais e os mercados locais fortalecerão a indústria.
Aumento da exportação
Outra tendência para a pós-pandemia na indústria têxtil é o aumento da exportação dos produtos brasileiros para o mercado europeu e americano, que estão fazendo cotações com indústrias de jeans do Brasil.
A China sofre retaliações, desde o início da pandemia, por ser acusada de não ter tomado as devidas providências e impedir o cenário caótico da pandemia. Juntando isso ao fato de que as empresas do exterior também não desejam ser dependentes da indústria chinesa, há uma busca por alternativa que pode favorecer o Brasil.
Na indústria de calçados, por exemplo, o Brasil está na quarta posição entre os produtores mundiais, perdendo apenas para China, Índia, Vietnã e Indonésia, conforme apontado pela Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).
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Valorização da sustentabilidade
Em abril deste ano, a Business of Fashion, em parceria com a consultoria McKinsey & Company lançou uma nova versão do estudo “State of Fashion”, analisando a realidade do setor e apresentando um panorama das transformações.
O estudo mostrou que as transformações que já estavam em andamento antes da pandemia, agora serão ainda mais crescentes. Após um período de recessão, ele estima uma transformação em que a cadeia de valor será completamente redesenhada. Isso porque, mais do que nunca, os consumidores estão criando antipatia por empresas que produzem resíduos e estão valorizando cada vez mais as ações sustentáveis e direcionadas à propósitos.
Durante o período em casa, o consumidor tem repensado em seu consumo excessivo, além de estar mais inseguro quanto aos gastos. A tendência é que eles passem a comprar roupas de maior durabilidade em empresas que são mais preocupadas com a sustentabilidade ecológica e econômica.
Investimento na Indústria 4.0
Outra transformação que deve se intensificar no período pós-pandemia na indústria têxtil é a Indústria 4.0. De acordo com a FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, muitas empresas estão usando o tempo de inatividade para, dentro de sua capacidade de investimento, modernizar o parque industrial, implantando novas tecnologias.
O objetivo é aproveitar a retomada das atividades com maior produtividade, competitividade, menos custos, menos desperdícios e ainda viabilizar processos mais sustentáveis e eficientes.
Se você está pensando em investir em tecnologias, mas ainda tem dúvidas, confira nosso artigo “Manutenção na indústria têxtil: adiá-la em momentos de crise é uma boa opção?”.