Não é incomum que gestores ignorem ou não tracem políticas sólidas de gestão de estoques na confecção. A reserva de produtos e matéria-prima de uma indústria revela informações valiosas e que vão além de quantidade ou tipo de mercadoria. Gerir o estoque corretamente pode evitar muitos prejuízos, paradas na produção, queda da produtividade e da qualidade dos seus produtos.
Dada a importância desse setor na indústria, separamos os principais erros cometidos na gestão de estoque para que não caia nas mesmas armadilhas. Veja só.
1. Má gestão do inventário
O inventário é uma relação de todos os produtos, insumos e matérias-primas que estão no seu estoque. Essa listagem especifica o tipo de material, valor, quantidade e demais classificações importantes para a sua identificação. Se você não tem um inventário que é atualizado a cada entrada e saída, não saberá o que estão e não disponível para uso.
Esse é um documento que manterá o seu setor de compras organizado e permitirá que as compras junto aos fornecedores sejam feitas em tempo hábil, para que não sobre nem falte matéria-prima ou qualquer outro tipo de material.
Apesar de ser tão importante, um dos erros mais comuns na gestão de estoques na confecção é justamente o negligenciamento do inventário, que não é atualizado ou não seguem um padrão. O ideal é que a indústria conte com um sistema de gestão que automatize esse controle sempre que houver movimentação no estoque.
2. Não utilizar a curva ABC
A curva ABC é uma ferramenta de gestão que classifica informações segundo a sua importância ou relevância no negócio, ou de acordo com os seus impactos na administração. Essa categorização é feita da seguinte maneira:
- classe A: produtos ou matérias-primas mais representativos, ou seja, mais relevantes ou mais utilizados na produção (são 20% dos itens de maior valor de 80% do valor de todo o estoque)
- classe B: itens intermediários e de valor médio;
- classe C: itens com menor representatividade ou relevância (representam 30% dos itens e em média 10% do valor total do estoque).
A metodologia da Curva ABC garante melhor organização do estoque e a definição de um padrão e rotina para entrada e retirada. Dessa forma, a empresa tem domínio sobre o que precisa ser reposto ou não e quando essas compras precisam ser feitas.
3. Deixar de fazer a previsão de demanda
A previsão de demanda é o processo de antecipar a procura pelos seus produtos ou determinado item. Trata-se de uma suposição baseada em dados e histórico de procura e não de uma suposição sem embasamento.
Não fazer essa previsão é um dos erros da gestão de estoques na confecção que pode desequilibrar a sua reserva, ou seja, comprar itens demais ou de menos e ainda planejar a produção e produtividade em casos de demanda em excesso. Para fazer essa antecipação, você precisa fazer pesquisas de mercado e coletar dados relevantes dos seus sistemas de gestão.
Contudo, vale ressaltar que essa é uma estimativa para orientar as suas decisões, não um número exato e concreto.
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4. Desconhecer o giro dos insumos
Calcular o giro de estoque revela a velocidade em que os produtos levam para serem renovados, ou seja, o tempo de permanência na sua reserva antes de serem utilizados. Esse também representa um importante dado para orientar as suas compras e planejar a sua gestão de estoques. Assim, saberá os itens e matérias-primas que precisam ser repostos com maior ou menor frequência.
O cálculo é feito por meio da seguinte fórmula: número total de vendas / volume médio do estoque no período analisado = giro de estoque.
5. Não utilizar a tecnologia
A indústria têxtil precisa lidar com itens bastante específicos e em grandes quantidades. Dificilmente o controle de estoque será eficiente e acertado sem a utilização de sistemas de gestão para controle e automatização das movimentações.
Portanto, fazer o gerenciamento manual é um erro na gestão de estoques na confecção, que pode desencadear todos os problemas citados acima, além de prejuízo e descontrole.
O almoxarifado de uma indústria têxtil tem ligação direta com a produtividade administração de custos e competitividade da empresa. Por isso, estruture a sua gestão de estoques e trace políticas rígidas e padronização para controle de compras, de entradas e de saídas.
Além do controle de estoque desatualizado e desfasado, a gestão não conseguirá mensurar o estoque real do físico. Entenda como evitar!